No Candomblé, as Ekedis — também conhecidas como Èkèjí, Àjòyè, Ìyároba ou Makota, dependendo da linhagem da casa religiosa — desempenham um papel essencial. Enquanto os filhos de santo incorporam durante os rituais, as Ekedis permanecem conscientes, prontas para exercer suas obrigações, revelando um nível elevado de responsabilidade e consciência.
Dentro de um terreiro, a Ekedi é reverenciada como uma mãe, cujas responsabilidades transcendem as simples tarefas do cotidiano. Ela escuta, aconselha, ama, cuida, consola, alimenta e zela pelos orixás e pelos membros da comunidade religiosa, demonstrando que a maternidade espiritual vai além dos laços sanguíneos.
Uma lenda do povo Jeje ilustra vividamente a origem das Ekedis, destacando sua importância como guardiãs dos sacerdotes do vodun desde o ventre materno. Essa narrativa enfatiza o papel ancestral e sagrado das Ekedis na preservação e cultivo das tradições religiosas.
A atuação das Ekedis abrange diversas áreas dentro do terreiro, desde a organização das atividades até a preparação dos rituais e oferendas sagradas.
Seu comprometimento com o Orixá que as escolheu é evidente na dedicação em zelar por seus pertences, garantindo também sua participação ativa nas celebrações e iniciações. Além disso, a relação entre as Ekedis e os Orixás é marcada por uma profunda intimidade e lealdade espiritual. Elas têm o poder de interceder em defesa do axé e de seus líderes religiosos, assegurando a preservação da liturgia e dos juramentos sagrados. Assim, as Ekedis desempenham um papel vital na sustentabilidade e continuidade das tradições do Candomblé. Sua presença e devoção garantem o conforto espiritual dos Orixás e a coesão do terreiro, demonstrando que a maternidade espiritual transcende barreiras temporais e físicas.
BABALORISÁ GAMBI TY SANGÓ - www.federacaoafrobrasil.com.br
PRESIDENTE - www.candomble.com.br
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